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AGRICULTURA: ADUSTINA E PARIPIRANGA ENTRE OS MUNICÍPIOS BAIANOS COM GRANDE POTENCIAL EM GRÃOS

"É surpreendente a produção de grãos, especialmente soja e milho, matéria prima utilizada como ração na avicultura. A Bahia tem potencial para crescer nessa área muito mais do que outros estados brasileiros", afirmou o ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira de Avicultura, ao ministrar palestra sobre o tema "Atual Cenário da Avicultura Brasileira", na sede da empresa Gujão Alimentos, em São Gonçalo dos Campos, região de Feira, próximo a Feira de Santana.

A palestra fez parte da programação com a qual e empresa marcou a comemoração ao Dia do Avicultor, a assinatura com a Secretaria da Agricultura/Adab do protocolo de adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal, (Sisbi), e a inauguração da linha industrial de embutidos, empanados e marinados. O evento contou com a participação de cerca de 500 pessoas, entre funcionários e convidados.

O secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, elogiou a atuação da Gujão, um grupo genuinamente baiano, implantado há 25 anos na região, gerando mais de 900 empregos diretos e quase quatro mil indiretos. O grupo trabalha no sistema de integração, contando hoje com quase 300 parceiros integrados, todos agricultores familiares. "Este é um exemplo para a Bahia e o Brasil", disse Salles, destacando que integração dá sustentabilidade ao setor. Depois da solenidade, o secretário visitou as instalações a nova unidade de industrialização da Gujão.

Coordenador técnico de produção de frango de corte da Novagranja, empresa do grupo Gujão, Marcos Antonio Vosgnach informou que só nessa empresa são 180 integrados, quase todos presentes ao evento. Vosgnach explicou que a empresa fornece os pintinhos, ração e assistência técnica aos agricultores familiares, que com cerca de 40 a 45 dias entregam os frangos no ponto de abate.

De acordo com o diretor presidente da Gujão, Carlos Augusto Pimenta, o grupo produz em média 100 mil frangos/dia, e agora toma o rumo da industrialização, caminhando para a exportação. A Gujão produz 2,6 milhões de frangos de corte/mês.

Com a adesão ao Sisbi, explica Paulo Emílio Torres, diretor geral da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia, a Gujão adquire a capacidade de buscar mercado em todo território nacional. A Bahia, Paraná e Minas Gerais são os três únicos estados que aderiram ao Sisbi. Com isso, o SIE, Serviço de Inspeção Estadual, ganha equivalência federal e é valido em todos os estados do Brasil.

Evolução
Especialista no assunto, o ex-ministro da Agricultura Francisco Turra disse que acompanha a evolução da avicultura na Bahia, que apresenta excelentes oportunidades de investimentos no setor. Além da oferta de matéria prima para transformação em proteína animal, Turra analisou que "a logística melhorou muito no Estado, que evoluiu também na oferta de frangos abatidos, com tecnologia, qualidade e sanidade".

Ele avaliou ainda que "há dez anos, o milho produzido na Bahia era mais caro que o do Sul do País, e hoje apresenta valor menor que o Sul, e o preço do frango está equiparado aos demais estados produtores".

Além do milho produzido no Oeste baiano, o secretário Eduardo Salles lembrou que o Nordeste baiano, a exemplo dos municípios de Paripiranga e Adustina, também produz o grão com qualidade. Na semana passada, empresários de um grupo paulista visitaram a região e, impressionados com que viram, manifestaram a intenção de investir na instalação de uma granja, uma fábrica de ração e um frigorífico abatedor.

A Bahia produz apenas 50% da carne de frango que consome, lembrou o secretário, destacando que as portas do Estado estão abertas para empresários que desejem investir no setor.

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